É claro que é possível meditar assim,
mas, o que é que se está fazendo, afinal?
Nada. Ao menos, segundo os
ensinamentos zen, isto é meditar: estar aqui-agora, ter consciência mais
completa possível deste momento, sem lembranças, sem preocupações, sem diálogos
mentais, apenas mantendo-se num estado de atenção.
De acordo com minha experiência,
pode-se fazer isto sentado ou em qualquer posição, pode-se mesmo ter as mãos
ocupadas com alguma atividade em que nos colocamos totalmente, como lavar louça
ou desenhar, desde que continuemos alerta.
Quando os pensamentos vierem, é só
não se abalar com eles, deixar que passem. É importante não brigar com eles,
não querer expulsá-los, ou saímos do estado meditativo. Ficar ansioso, ficar
pensando se haverá resultados da prática ou não, também nos distrai de nossa
meditação, que é apenas um estado de observação serena de nós mesmos e do que
nos cerca.
Assistir às nuvens que passam,
(pensamentos que vão e vem), logo nos conduz a observar uma outra realidade: de
que existe ao fundo um céu tranquilo e permanente, um silêncio interior, dentro
de nós mesmos.
É o silêncio das emoções, dos
pensamentos, das inquietações, dos temores, que nos surpreendem e abalam o
equilíbrio e a paz íntima. Medo e ansiedade, por exemplo, originam-se dos tipos
de pensamentos em que nos mantemos. Meditar ajuda a diminuir o medo, tirando a
atenção dos pensamentos que nos confundem e iludem, e a enxergar as coisas como
realmente são.
Na minha experiência, a meditação
possibilita clareza, retorno aos objetivos primordiais da existência,
diminuição da ansiedade e maior consciência de si mesmo.
Por isso, embora não seja uma prática
ensinada nos meios espíritas, nem reconhecida como espírita, ela pode ser muito
útil a todos os seres humanos encarnados na Terra nestes tempos de crises e
profundas transformações.
De “Força Interior”, de Rita
Foelker