Além do horizonte, existem outros mundos a serem descobertos.
Lá, folhas não caem, elas flutuam.
Lá, o meio de transporte são pássaros que vem até você e com o suspiro de seu amor, neste mundo todos andam de mãos dadas lá é aonde a harmonia toma conta da natureza de todas as espécies viventes.
Lá, não colhemos flores, mas as flores colhem a gente.
Chegou o tempo de despertar e acreditar que esta vida vale apena ser vivida.
-Rhenan Carvalho-

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ouvir e Escutar

A arte da escuta é algo divino. Se você puder escutar corretamente, aprenderá o segredo mais profundo da meditação. Ouvir é uma coisa, escutar é totalmente diferente; são mundos separados. Ouvir é um fenômeno físico; você ouve porque tem ouvidos. Escutar é um fenômeno espiritual; você escuta quando tem atenção, quando seu interior se une a seus ouvidos.

Escute os sons da natureza e da mesma forma escute as pessoas. Escute sem impor coisa alguma ao que você está escutando – não julgue, pois no momento em que você julga, a escuta cessa.

Uma pessoa realmente atenta permanece sem tirar conclusões, nunca conclui sobre coisa alguma, porque a vida é um processo, não se esgota no seu julgamento. Somente os tolos podem concluir; o sábio hesitará ante as conclusões. Escute, portanto, de uma forma aberta, atenciosa, alerta e receptiva. Simplesmente esteja presente, totalmente com o som que o circunda. Você ficara surpreso, pois perceberá que está realmente escutando e, ainda assim, haverá silêncio.

OSHO
Textos selecionados.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Coração

O coração é a morada da alma. Nele, se dá o milagre da transmutação de nossas mazelas amorosas, -aquelas que são originadas pelas reações do ego, e que nos fazem cultivar sentimentos como raiva, ódio, ressentimento, rejeição, amargura- em uma outra forma de manifestação do amor, que é a compaixão.

Quando temos dificuldades de relacionamento é porque, geralmente, projetamos inconscientemente no outro nossas próprias fraquezas, como o individualismo, o egoísmo, a falta de segurança interior, então o olhamos com uma atitude de julgamento e crítica.

Um aprendizado fundamental é que nossas dificuldades e a dos demais seres humanos são semelhantes, senão iguais. Colocar-se no lugar do outro é uma arte que todos precisamos aprender, pois sem esta atitude compassiva, será impossível desenvolver o amor incondicional.

Não é nada fácil assimilar este aprendizado. Principalmente, quando a outra pessoa não é alguém próximo de nós, mas um estranho que está seguindo uma existência em total sintonia com seu lado sombrio, identificado com a energia da violência.

Neste caso, torna-se muito difícil olhá-lo e enxergar nele nosso semelhante. Mas a compaixão não se harmoniza com qualquer forma de julgamento, ou pelo menos, não com aquela que quer fazer justiça com as próprias mãos.

Quando um ser humano se desvia, por total inconsciência, do caminho do bem, a justiça é uma ferramenta para que ele tenha a chance de rever suas atitudes. Nem sempre isto acontece, pois depende de grau de evolução de cada um, mas sob a ótica espiritual, ele é um espírito em sua caminhada evolutiva que ainda não alcançou a luz.

Ao sofrermos qualquer ato que venha de alguém nesse estágio, a primeira reação é do ego, que quer a vingança, e não perdoa aquele que lhe causou algum mal.

Somente os que já despertaram algum grau de consciência, conseguem transcender esta reação humana e perdoar, pois sabem que há, naquele ser, ainda que esteja extremamente oculta, a semente do divino.

O perdão deve acontecer em nível de alma, pois, se ele não ocorrer, mesmo que vejamos a justiça ser feita, continuaremos a nutrir por aquela pessoa, um sentimento de ódio que nos afastará de nossa essência, que é o amor.

Independente de ter sofrido algum tipo de violência, algumas pessoas vivenciam um sentimento de vitimas diante da vida. Culpam tudo e todos à sua volta, pela sensação de infelicidade que experimentam.

Quando a vida se torna muito difícil e tudo parece dar errado, é o momento de pararmos e refletirmos, pois este pode ser um sinal de que nos distanciamos demais de nosso coração.

De que, ao invés do caminho que nos leva ao autoconhecimento, erramos a trilha e acabamos nos conduzindo para o auto-engano. Redescobrir a fonte interior de amor, com a qual todos chegamos a este mundo, é a saída para que não levemos uma existência baseada na dor e no sofrimento.

...".Você não sabe o que é a música do silêncio. Você só conhece uma maneira de se comunicar, e essa é verbal, por intermédio da mente. Você não sabe como se comunicar por intermédio do coração, coração a coração, em silêncio.

Você não sabe como se comunicar apenas estando ali presente, por intermédio da sua presença. Você está evoluindo, e os padrões antigos de comunicação estão ficando insuficientes. Você terá de desenvolver novos padrões de comunicação não-verbal. Quanto mais alguém amadurece, mais necessária é a comunicação não-verbal.

A linguagem é necessária porque não sabemos como nos comunicar. Quando sabemos como fazê-lo, pouco a pouco, a linguagem não é necessária. A linguagem é apenas um meio muito primário. O meio verdadeiro é o silêncio.

Portanto, não tome uma atitude errada; do contrário, irá parar de crescer. Nada faz falta quando a linguagem começa a desaparecer; essa é uma idéia errada. Algo novo tem de aparecer, e os antigos padrões não são suficientes para contê-lo.

Você está crescendo e suas roupas estão ficando apertadas. Não é que esteja faltando algo; algo está sendo acrescentado a você a cada dia.

Quanto mais você medita, mais você ama e mais se relaciona. E, por fim, chega o momento em que apenas o silêncio convém. Assim, da próxima vez em que estiver com alguém e não estiver se comunicando com palavras, e sentir-se pouco à vontade, fique feliz. Mantenha o silêncio e deixe que o silêncio estabeleça a comunicação.

A linguagem é necessária para aproximar pessoas com quem você não tem um relacionamento amoroso. A não-linguagem é necessária para pessoas com quem você tem um relacionamento amoroso.

É preciso tornar-se inocente outra vez como uma criança, e calado. Os gestos sairão - às vezes vocês sorriem e dão-se as mãos, ou às vezes vocês apenas ficam em silêncio, olhando um nos olhos do outro, sem fazer nada, só estando ali, presentes.

As presenças se encontram e se fundem, e algo acontece que só vocês sabem. Só vocês, com quem está acontecendo - ninguém mais vai saber, tal a profundidade em que acontece.

Aproveite esse silêncio; sinta-o, prove-o e saboreie-o. Logo você vai ver que ele tem a sua própria comunicação; que ela é maior, mais elevada, mais secreta e mais profunda. E que a comunicação é sagrada; há uma pureza em torno dela".
Osho, em "Intimidade: Como Confiar em Si Mesmo e nos Outros".

Elisabeth Cavalcante

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O Caminho do Mago

Existe um Mago dentro de todos nós. Esse Mago tudo vê e tudo sabe.
O Mago está além dos opostos da luz e das trevas, do bem e do mal, do prazer e da dor. Tudo que o Mago vê tem suas raízes no mundo invisível.
A natureza reflete o estado de alma do Mago. O corpo e a mente podem adormecer, mas o mago está sempre desperto.
O Mago possui o segredo da imortalidade.
A volta da magia só pode acontecer com o retorno da inocência.
A essência do Mago é a transformação.
O Mago observa o mundo ir e vir, mas sua alma habita as esferas de luz.
O cenário muda, o observador permanece o mesmo. Seu corpo é apenas o lugar que suas memórias chamam de lar.
Quem sou eu? É a única pergunta que vale a pena ser feita e a única que jamais é respondida.

É seu destino desempenhar uma infinidade de papéis, mas esses papéis não são você.
O espírito não é localizado, mas deixa atrás de si uma impressão digital que chamamos de corpo.
Um Mago não acredita ser um evento localizado que sonha com um mundo maior. Um Mago é um mundo que sonha com eventos localizados.
Os Magos não acreditam na morte. À luz da consciência, tudo está vivo!
Não existem inícios ou fins. Para o Mago, eles não passam de elaborações mentais. Para viver mais plenamente, é preciso morrer para o passado.
As moléculas se dissolvem e se extinguem, mas a consciência sobrevive à morte da matéria na qual ela viaja.
A consciência do Mago é um campo que existe em toda a parte.

As correntes de conhecimento contidas no campo são eternas e circulam eternamente.
Séculos de conhecimento estão comprimidos em momentos reveladores. Vivemos como ondulações de energia no vasto oceano de energia.
Quando o ego é posto de lado, temos acesso à totalidade da memória.
Quando as portas da percepção forem purificadas, você começará a enxergar o mundo invisível : o mundo do Mago.
Existe dentro de você um manancial de vida onde você pode purificar-se e transformar-se.

Purificar-se consiste em livrar-se das toxinas da sua vida: emoções tóxicas, pensamentos tóxicos e relacionamentos tóxicos.
Todos os corpos vivos, físicos e sutis, são feixes de energia que podem ser diretamente percebidos.
O Poder é uma faca de dois gumes. O poder do ego busca controlar e dominar. O poder do Mago é o poder do amor.
A sede do poder é o eu interior.
O ego nos segue como uma sombra escura. Seu poder é inebriante e sedutor, porém essencialmente destrutivo.

O eterno conflito de poder termina na unidade.
O Mago vive num estado de conhecimento. Esse conhecimento dirige sua própria realização.
O campo da consciência se organiza ao redor das nossas intenções. O conhecimento e a intenção são forças. O que você pretende muda o campo a seu favor. As intenções comprimidas em palavras envolvem o poder mágico.
O Mago não tenta solucionar o mistério da vida. Ele está aqui para vivê-lo.
Todos possuímos um eu-sombra que é a parte da nossa realidade total.
A sombra não está presente para magoá-lo e sim para mostrar-lhe onde você está incompleto.

Quando a sombra é abraçada, ela pode ser curada. Quando ela é curada, ela se transforma em amor.
Quando você puder viver com todas as suas qualidades opostas, você estará vivendo seu eu total como o Mago.
O Mago é o mestre da alquimia. A alquimia é a transformação. É através da alquimia que você começa a busca da perfeição. Você é o mundo. Quando você se transforma, o mundo em que você vive também será transformado.
As metas da busca – o heroísmo, a esperança, a graça e o amor – são a herança do intemporal.

Para invocar a ajuda do Mago, você precisa ser forte na verdade, sem ser teimoso no julgamento.
A sabedoria está viva e é, portanto, sempre imprevisível. A ordem é outra face do caos, o caos é outra face da ordem.
A incerteza que você sente interiormente é a porta de entrada para a sabedoria. A insegurança sempre estará com o que busca : ele continua a tropeçar mas nunca tomba.
A ordem humana é feita de regras. A ordem do Mago não tem regras : ela flui com a natureza da vida.

A realidade da sua experiência é uma imagem especular das suas expectativas.
Se você projetar as mesmas imagens todos os dias, sua realidade será a mesma todos os dias. Quando a atenção é perfeita, ela cria ordem e clareza a partir do caos e da confusão.
Os Magos não lamentam a perda, porque a única coisa que pode ser perdida é o irreal.
Mesmo que você perca tudo, o real permanecerá.
No cascalho da devastação e do desastre estão enterrados tesouros ocultos.
Quando você examinar as cinzas, examine bem!

Na medida em que você conhece o amor, você se torna o amor. O amor é mais do que uma emoção. Ele é uma força da natureza e, portanto, tem que conter a verdade.
Quando você pronuncia a palavra amor, você pode captar o sentimento, mas a essência não pode ser proferida.
O amor mais puro situa-se onde é menos esperado : no desapego.
Além de andar, sonhar e dormir, existem infinitas esferas de consciência.
O Mago existe simultaneamente em todas as épocas. O Mago enxerga infinitas versões de cada evento.

As linhas retas do tempo são na verdade fios de uma teia que se estende em direção ao infinito.
Os buscadores nunca se perdem, porque o espírito está sempre acenando para eles. Os buscadores recebem continuamente pistas do mundo do espírito. As pessoas comuns chamam essas pistas de coincidências. Não existem coincidências para o Mago. Cada evento existe para expor outra camada da alma.
O espírito deseja conhecê-lo. Para aceitar esse convite, você precisa deixar cair suas defesas. Comece a procurar em seu coração.

A gruta do coração é o lar da verdade.
A imortalidade pode ser vivida em meio à mortalidade. O tempo e o intemporal não são opostos. Por abarcar tudo, o intemporal não tem opostos.
No nível do ego, nos esforçamos para resolver nossos problemas. O espírito percebe que o problema é o esforço.
O Mago tem consciência da batalha entre o ego e o espírito, mas compreende que ambos são imortais e não podem morrer.

Cada aspecto seu é imortal, até mesmo as partes que você julga com mais severidade.
Os Magos jamais condenam o desejo. Foi seguindo seus desejos que eles se tornaram Magos.
Todo desejo é criado por algum desejo passado. A cadeia do desejo nunca acaba. Ela é a própria vida.
Não considere nenhum desejo inútil ou errado : um dia cada um deles será realizado.
Os desejos são sementes que esperam o momento propício para germinar. A partir de uma única semente de desejo, florestas inteiras se desenvolvem.
Acalente cada desejo do seu coração, por mais trivial que ele possa parecer.

Um dia esses desejos triviais o conduzirão a DeusO maior bem que você pode fazer ao mundo é tornar-se um Mago!
Este trabalho é dedicado com muito carinho, ao Mago que me ensinou a buscar o caminho do milagroso!

Texto: Retirado do livro O CAMINHO DO MAGO – Deepak Chopra

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ouse e conquiste, mude sua vida para muito melhor

Merecemos tudo de bom que a vida tem a nos oferecer. O que entregamos para a vida, ela devolve na mesma medida. É a lei.

Se você está parado ou se repetindo, a sua vida fica literalmente sem movimento. Somos os protagonistas do nosso teatro/vida. Sempre.

Uma questão é ter muita energia empenhada em nome de inúmeros interesses em todas as áreas das nossas vidas, outra questão não menos importante é o fato de tudo ser passageiro e das nossas "missões", na maioria das vezes, serem apenas e tão somente ideais auto-impostos sem que haja fundamentação genuína para que este gasto de energia/vida promova efetivamente um profundo e significativo sentido da existência.

Pessoas que passam por crises de vida, seja por conta de traumas, perdas afetivas, grandes transformações da consciência por busca pessoal, etc., costumam chegar à conclusão de que o que realmente importa é sermos felizes; mesmo que por vezes isto tenha um caro preço de conquista, sempre será melhor do que estarmos onde não devemos estar.

Tenho absoluta certeza de que, seja qual for o caminho escolhido para este intento -que, na certa, é muito mais rápido do que você pode imaginar-, logo se perceberá num ambiente muito mais favorável do que o anterior, tão conhecido por você.

Se por algum acaso tiver a clareza de que chegou ao seu limite, ouse e conquiste. Tenha a certeza de que o paraíso é aqui, no planeta Terra mesmo.

Se, ainda, você tiver a clareza do que pretende mudar em você e mesmo assim ainda estiver com alguma dificuldade de reprocessar algum padrão emocional repetitivo, que o(a) desagrada e que o(a) envolve em situações não mais desejadas, não deixe de buscar ajuda terapêutica. Às vezes, não damos conta de tudo sozinhos.

Hoje, temos o EMDR e o Brainspotting como umas das ferramentas mais potentes e rápidas para a "Cura emocional na máxima velocidade". Leia um pouco sobre esta terapia inovadora:

A focalização de elementos da memória traumática ou de outras quaisquer questões perturbadoras, mais a estimulação bilateral (visual, auditiva ou tátil) promovem o "diálogo" entre os hemisférios cerebrais e por consequência, a "metabolização" (reprocessamento) destas situações emocionais escolhidas para serem reprocessadas.

Em pouco tempo, a pessoa tem a sensação de maior distanciamento da perturbação emocional e espontâneamente começa a reavaliar suas questões e experiências de vida a partir de uma perspectiva mais otimista. Em seguida, cria-se espaço para reprocessar vivências de modo totalmente diferente do que foi anteriormente concebido como realidade de vida.
Num exemplo específico de um trauma de um grave acidente, este normalmente perde a capacidade de mobilizar o indivíduo. Isto serve para qualquer situação em que nos vemos paralisados. O EMDR vai lá ao fundo de suas memórias e significados, reprocessa-as até que elas percam toda a força de comando paralisante. Pode ser desde um vício, medo, fobia, perdas afetivas, etc... Ao final, prazerosa e espontâneamente, porque nós somos assim e sempre desejamos o prazer, chega a libertação e, por fim, estaremos plenamente felizes.

O EMDR facilita o resgate de bons momentos. A partir destas conquistas, a pessoa pode se organizar para muito melhor, superar inadequados sentimentos de culpa, planejar melhor o futuro, viver melhor o momento presente e desejar coisas boas para si.

Lembre-se de que você é o protagonista de sua existência. Escolha sempre o melhor para você. Pesquise caminhos para resolução de conflitos, tenha coragem e conquiste a si mesmo. Você pode. Você merece ser feliz.

Silvia Malamud

Mudar mesmo quando não acreditamos na mudança

Todos nós sabemos o quanto é difícil mudar de atitude, mesmo que isso implique em seguir um caminho melhor.

O cérebro percorre automática e velozmente os caminhos neuronais já formados há muito tempo. Por isso, fazer o que nos é habitual é tão fácil. Mas quando se trata de formar um novo caminho neuronal, uma nova sinapse, é preciso tempo e esforço para seu aprendizado. É como quando aprendemos a dirigir. Primeiro, temos que prestar atenção em todos os detalhes, depois dirigimos sem ter de pensar no que estamos fazendo.

Assim também ocorre com as atitudes mentais, quando pensar e reagir de um determinado modo torna-se familiar e nossa reação é automática. Por exemplo, o hábito de sentir-se alvo de ataques externos. Por termos vivido muitas vezes agressões em relação à nossa pessoa, conhecemos o papel do "bode expiatório". No entanto, nem sempre estamos sendo atacados, mas facilmente nos sentimos alvo das agressões alheias... Identificar quando isto está de fato ocorrendo e nosso hábito de nos sentir atacados é a primeira tarefa do autoconhecimento. A segunda se trata de aprender a sair cada vez mais rápido do campo de batalha! Seja ele real ou imaginário...

Pema Chödrön comenta numa palestra sobre Felicidade (veja True Happiness em www.amazon.com) sobre três estados que nos encontramos diante das mudanças.

O primeiro é quando já compreendemos que uma atitude mental nos faz mal, então, saímos dela automaticamente. O segundo, quando já sabemos que nos faz mal, mas estamos parcialmente convictos de que somos capazes de mudar e, a terceira, quando sabemos que nos faz mal, mas acreditamos ser impossível mudar.

No primeiro estado, deixar de agir de um modo negativo já não exige mais esforço, pois se tornou uma escolha. Como desistimos de nos torturar, de nos sentirmos frustrados diante de certa atitude mental, toda vez que ela vem à tona naturalmente a identificamos e buscamos saídas efetivas para deixá-la.

Por exemplo, o ressentimento. Toda vez que percebemos que estamos ressentidos, lembramos de escolher deixar essa postura de nos sentirmos prejudicados. Esta lembrança é a sabedoria intuitiva que nos diz: "Procure uma saída, dê um salto, caia fora".

No segundo estado, apesar de estarmos convictos de que determinada atitude mental é negativa, nos sentimos propensos a permanecer nela. Seja porque ainda temos a esperança de tirar algum proveito desta postura ou porque nos sentimos tão familiarizados com ela, isto é, ela faz tão parte de nós, que duvidamos se somos capazes de mudar.

Facilmente nos encontramos presos neste estado, pressionados pela expectativa de sermos quem idealizamos ser e a realidade na qual nos encontramos.

Podemos já ter entendido que cultivar a atitude de que deveríamos ou poderíamos fazer isso e aquilo nada adianta, se não a colocarmos em prática. Viver em constante estado condicional nos leva a nos distanciar de nós mesmos! Afinal, quando estamos sob a custódia de idealizações exigentes, deixamos de nos sentir reais para nós mesmos!

Mas, apesar de já saber que de nada ajuda nos culparmos, nos colocarmos para baixo, ainda não temos a capacidade de mudar.

Neste segundo estado mental, a saída encontra-se em buscar o caminho do meio: nem nos exigir demais, nem nos denegrir. Assim, este estado de meia confiança pode tornar-se um possível ponto de partida. Nele, começamos a desenvolver a autocompaixão. Deste modo, tornamo-nos mais flexíveis e empáticos em relação a nós mesmos e aos outros. Lenta, mas, suavemente, o caminho obstruído começa a se abrir.

Pema Chödrön ressalta que neste momento é importante lembrar que não importa se nos consideramos merecedores ou não da mudança, porque a escolha de mudar não é uma questão moral baseada no julgamento de ser ou não merecedor de felicidade, mas sim da escolha de melhorar e progredir, isto é, de dar o salto.

Por fim, temos o terceiro estado: quando entendemos que a mudança é necessária e poderia nos trazer algo positivo, mas, simplesmente, não acreditamos sermos capazes de mudar.

Ficamos presos neste estado enquanto ainda acreditamos que esta atitude vai nos trazer algum benefício, mesmo que passageiro. Há algo que nos conforta diante da idéia de não termos que nos esforçar para mudar. Desta forma, enquanto não nos sentirmos angustiados, iremos permanecer tal como estamos. No entanto, inevitavelmente, uma hora ou outra, seremos tocados pela dor de tal atitude mental negativa. Então, cada vez que nos sentirmos novamente desesperados, estaremos mais descrentes que podemos encontrar uma saída. É um círculo vicioso: sofremos, nos acomodamos com o sofrimento e sofremos novamente, mais e mais...

Por isso, não vale a pena cultivar este terceiro estado. Uma maneira de passar deste estado sem saída, para o segundo -o da meia confiança- é reconhecer os momentos, mesmo que fugazes, de bem-estar.

O antídoto é a autocompaixão: despertar o desejo de se resgatar do próprio sofrimento. Assim, gradualmente nos tornamos receptivos para receber ajuda, seja alheia ou de nós mesmos, isto é, quando reconhecemos que temos recursos internos que não estávamos usando.

Mesmo sendo difícil mudar um padrão negativo, não nos resta outra escolha se não quisermos continuar sofrendo!

Não estamos condenados a sofrer para sempre. Aliás, a única virtude da negatividade é que ela também é impermanente!

Bel Cesar

Só Amando, Avançaremos

Por toda a história da humanidade, assistimos a lutas intermináveis de seres das mais diversas nacionalidades contra os de outra, e entre si, numa busca desenfreada de punir o outro, de conquistá-lo, de fazer-se o vencedor de alguma coisa que nem sempre foi claramente definida. E assim, com esta herança, vamos vivendo... Mudamos as formas de guerrear, de agredir, mas continuamos a fazê-lo, como se não houvesse qualquer outra saída para nós. Brigamos para sermos melhores do que o outro, para conservarmos o que entendemos ser nosso, para fazermos com que o outro pense como nós, viva como nós.

No centro de toda esta luta, está o Ego, aquele que em nós habita e que tem início e fim, aquele que por isto sente muito medo da morte - pois sabe que vai um dia desaparecer, aquele que é inseguro e que tenta se mostrar melhor do que todos os outros. E a história mostra que continuamos repetindo esta caminhada sangrenta, sem que haja vencedores, mas criando muita destruição, muito sofrimento.

A pergunta que cabe é - será que é mesmo este o único caminho? Será que para que sejamos respeitados pelo outro, precisamos domá-lo? Será que retribuindo o mal com o mesmo mal estamos ensinando alguma coisa, ganhando alguma coisa, melhorando a situação, nem que seja um pouco?

Parece-me que não. O Mal só será transformado em contato com o Bem. Já de início, a pessoa má é uma ignorante, alguém que conhece pouco de si mesma, da Vida, do Amor que está nele e em tudo. Só aprendendo e vivenciando esta experiência amorosa, através do contato com o Bem nos outros, vai poder confiar em si mesmo e sentir-se motivado a viver o perdão - que o acolheu - e o amor, que lhe fez feliz, lhe curou as feridas da alma e lhe devolveu a paz!
Se continuarmos a punir o mal com mais mal ainda, multiplicaremos o mal em torno de nós. Reforçaremos o negativo, o denso, o absurdo, o sofrimento, a angústia, o desequilíbrio, a doença.

Assim, diante do erro, mostremos uma atitude correta. Precisamos nos disciplinar para sermos este professor, pois disto depende, penso eu, o futuro da hossa humanidade. Se o agressor me encontrar tranquila, serena, se eu não lhe ofender da mesma forma, ao lhe devolver todo o lixo que me atirou, eu deixarei de sujar mais ainda a atmosfera e tirarei dele a vontade de continuar me ofendendo. Terei conseguido transmutar a energia inicial, neutralizando-a.

Se o outro está errado, por que também preciso errar? Se o outro caiu, devo cair com ele, ou preciso tentar lhe levantar, de alguma forma? O que ganharei caindo também? Será que não me tornarei mais forte exatamente porque consegui não cair? Por ter tido força para me sustentar de pé, apesar de tudo?

As prisões estão cada dia mais cheias, de pessoas que são tratadas como animais, como feras - que também não deviam ser tratadas daquela forma. No Brasil, já não são mais capazes de abrigar o número crescente de presidiários... Eles por acaso saem de lá - no fim de uma pena cumprida - melhores do que eram antes dali entrarem? Infelizmente, sabemos que não. Precisariam ser reconhecidos errados, sim, mas pra eles deveria ser oferecido um programa de tratamento. Não de espancamento, de falta de compreensão, de falta de respeito. Desta forma, nada vai evoluir para melhor.

Será que diante dos filhos que erram, pensando numa realidade ainda mais próxima de nós, apenas nos lembramos do castigo, da pancada, do palavrório agressivo? Ou será que procuramos dar um exemplo mais maduro e equilibrado, tentando iniciar um diálogo que explique de forma honesta o porquê da desaprovação, tudo isto temperado com muito amor, muito mesmo, muito respeito? Isto para que a agressão que sofremos não gere uma atitude agressiva - do mesmo teor da que iniciou tudo.

Para termos paz, precisamos viver em paz, cultivando a paz e promovendo a paz. Se continuarmos a guerrear, sempre viveremos em guerra... Num círculo vicioso que parece não ter fim - onde construímos com esforço e destruímos por ignorância e invingilância - sem avançarmos nada, sempre recomeçando... Partindo do mesmo ponto.

Só amando iremos avançar, realmente. E, vamos sempre nos recordar de que amar está sempre unido ao perdoar. Para os que amam, espero que amem mais ainda! Para os que se fecharam nas sombras, por falta de amor, que isto se reverta o mais rápido possível. Para os que estão magoados, que procurem perdoar e amar mais ainda. Para os que vivem no mal, enganados, que encontrem o Bem na pessoa de alguém!

Maria Cristina

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Humildade

Humildade é simplicidade, é naturalidade.

Muitos interpretam humildade como pusilanimidade ou frouxidão de caráter. Os que assim pensam estão muito longe da verdade.

Ser humilde não é ser covarde, não é se aviltar nem rastejar. É apenas ser simples.

Certas pessoas, para atestar a sua humildade, se dizem insignificantes, esquecidas de que esse sentimento depressivo a seu próprio respeito entorpece e anula qualquer atividade sua. A sugestão é algo importante na nossa vida, e aquele que se deprecia, vai-se convencendo da sua incapacidade, perdendo, assim, o estímulo para qualquer investimento.

Se a própria pessoa se desvaloriza, se amesquinha diante dos outros, como esperar que alguém lhe dê qualquer incumbência de responsabilidade?

"A justiça começa por casa", diz um sábio rifão.

Ninguém é insignificante; todos têm seu valor. Cada um deve procurá-lo dentro de si e fazê-lo viver.

A parábola do óbolo da viúva, por exemplo, nos mostra o valor da ação sincera, embora aparentemente insignificante. Ela ofereceu o que possuía e o fez com amor.

Segundo o Mestre, não seremos julgados, no tribunal divino, pelo número de talentos que nos foi confiado, mas pela fidelidade na sua aplicação.

A tragédia mais pungente é a do talento que se perde por força de uso. E deixa de ser usado pela carência de esforço, de uma vontade resoluta.

Ser humilde é proceder como a viúva da parábola: fazer aquilo que estiver ao nosso alcance, o melhor que pudermos, com todo o nosso amor, para que o talento que nos foi confiado se multiplique.

Saibamos que da contribuição fiel de cada um de nós é que a evolução segue a sua trajetória. Contribuição consciente e perseverante.

Pode-se ser humilde e austero ao mesmo tempo, pois a humildade não nos compele a deixarmos as coisas erradas ao nosso lado, sem ajudarmos com a energia que se fizer necessária para consertar esses erros.

A humildade é ativa e vigilante porque conhece a sua missão.

Humildade, pois, é ausência total de vaidade e desligamento das coisas transitórias da Terra; é libertação integral.

(Do livro “Vem...”, de Cenyra Pinto).

Tudo no tempo certo

Quando plantamos uma roseira, notamos que ela fica dormindo muito tempo no seio da terra, mas ninguém ousa criticá-la, dizendo:"Você não tem raízes profundas" ou "Falta entusiamo na sua relação com o campo."

Ao contrário, nós a tratamos com paciência,água e adubo.

Quando a semente se transforma em muda, não passa pela cabeça de ninguém condená-la como frágil, imatura, incapaz de nos brindar imediatamente com as rosas que estamos esperando.

Ao contrário, nos maravilhamos com o processo do nascimento das folhas, seguido dos botões, e, no dia em que as flores aparecem nosso coração se enche de alegria.

Entretanto, a rosa é a rosa desde o momento em que colocamos a semente na terra até o instante em que, passado seu período de esplendor, termina murchando e morrendo.

A cada estágio que atravessa, semente, broto, botão, flor, expressa o melhor de si.

"Também nós, em nosso crescimento e constante mutação, passamos por vários estágiosDevemos aprender a reconhecê-los antes de criticar a lentidão das nossas mudanças"

Autor/Fonte
W. Timothy Gallway

Aceite-se como é, seja maduro

Jonas Salk, o homem que desenvolveu a vacina Salk contra a poliomielite, tinha muitos críticos, apesar da incrível contribuição que ofereceu à medicina. Sobre isto, ele comentou: “Primeiro, as pessoas lhe dirão que você está errado. Depois, dirão que você está certo, mas que suas realizações não são tão importantes, mas que, afinal de contas, elas já sabiam disso o tempo todo.”

Como os líderes que estão na linha de frente lidam com esse tipo de reação instável por para dos outros? Eles aprendem a aceitar-se como são. Se você já se aventurou no autoconhecimento e trabalhou duro para mudar o que era necessário, então o que mais pode fazer?

O professor e escritor Leo Buscaglia dá este conselho: “A coisa mais fácil de ser neste mundo é você mesmo. A coisa mais difícil de ser neste mundo é aquilo que os outros querem que você seja. Não permita que coloquem você nessa situação”. Para ser a melhor pessoa que pode – e o melhor líder possível - é preciso ser você mesmo. Isso não se equivale à ausência de disposição para se desenvolver e mudar; apenas significa que está trabalhando para se tornar o melhor que pode ser. E como observou o psicólogo Carl Rogers, “o paradoxo curioso é que, quando me aceito assim como sou, então posso mudar”. Ser o que você realmente é consiste no primeiro passo para se tornar ainda melhor.

*****

Se você se preocupa demais com o que os outros pensam a seu respeito, é porque acredita mais na opinião deles do que na sua. A orientadora de executivos e consultora Judith Bardwick afirma: “A confiança verdadeira é resultado do autoconhecimento e da auto-aceitação - seus pontos fortes e seus limites. É o contraponto da dependência de palavras alheias.”


(do livro: “O livro de ouro da liderança” – John C. Maxwell)

Sabedoria

O amor é muito raro. Tocar o cerne de uma pessoa é enfrentar uma revolução, pois, se você quiser tocar uma pessoa em sua essência, terá de deixar que essa pessoa toque a sua essência também. Você terá que ficar vulnerável, absolutamente vulnerável, aberto.

É um risco. Deixar que alguém toque a sua essência é arriscado, perigoso, porque você nunca sabe o que essa pessoa fará com você.

E depois que todos os seus segredos forem devassados, depois que tudo o que você esconde for descoberto, depois que você estiver completamente exposto, o que a outra pessoa vai fazer nunca se sabe. O medo aparece. É por isso que nunca nos abrimos.

Basta que haja familiaridade para que você ache que o amor aconteceu. Periferias se encontram e achamos que nos encontramos. Você não é a sua periferia. Na verdade, a periferia é a fronteira onde você termina, só a cerca ao seu redor. Não é você! A periferia é o lugar onde você termina e o mundo começa.

Mesmo casais que vivem juntos há muitos anos podem ser meros conhecidos. Podem não se conhecer de verdade. E quanto mais você vive com uma pessoa mais esquece que a essência continua intocada.

Então a primeira coisa a ser entendida é: não confunda familiaridade com amor. Vocês podem estar fazendo amor, podem se relacionar sexualmente, mas o sexo também é periférico. A menos que as essências se encontrem, o sexo é apenas o encontro de dois corpos.

E o encontro de dois corpos não é um encontro. O sexo também continua a ser familiaridade — física, corporal, mas ainda é só familiaridade. Você só consegue deixar alguém conhecer a sua essência quando não está com medo, quando não teme.

Existem dois tipos de vida: uma norteada pelo medo e a outra norteada pelo amor. A primeira talvez nunca o conduza a um relacionamento profundo. Você vive com medo, e o outro não tem permissão, não tem aval para chegar até você, para tocar a sua essência. Você dá essa permissão ao outro até certo ponto, mas depois disso uma parede se ergue e a coisa para ali.

A pessoa norteada pelo amor é aquela que não tem medo do futuro, não tem medo do resultado ou da consequência; ela vive aqui e agora. Não se preocupa com o resultado; quem se preocupa é a mente norteada pelo medo. Não pensa no que vai acontecer fora dela. Contenta-se em ficar aqui e agir de corpo inteiro. Não calcula.

O homem norteado pelo medo está sempre calculando, planejando, fazendo arranjos, garantindo.Ele perde a vida inteira fazendo isso.

Ouvi falar sobre um velho monge zen:

Ele estava em seu leito de morte. Seu último dia chegara e ele declarou que naquela noite não estaria mais ali. Então seus seguidores, discípulos e amigos começaram a vir. Havia muitas pessoas que o amavam, todas elas começaram a chegar; pessoas chegavam de todos os lugares.

Um dos seus discípulos mais antigos, quando ouviu que o Mestre ia morrer, correu para o mercado. Alguém perguntou:

— O Mestre está morrendo em sua cabana e você está indo ao mercado?

— Eu sei que meu Mestre adora um certo tipo de bolo — respondeu o discípulo. — Então estou indo comprar o bolo.

Foi difícil encontrar o bolo. Mas à noite, quando finalmente conseguiu, ele saiu correndo com a guloseima na mão.

Todo mundo estava preocupado — era como se o Mestre estivesse esperando por alguém. Ele abria os olhos, olhava em volta e os fechava novamente. Quando o discípulo chegou, ele disse:

— Bem, então você chegou. Onde está o bolo?

O discípulo mostrou o bolo, muito contente pelo mestre ter perguntado dele.

Nos estertores da morte, o mestre pegou o bolo na mão... mas a mão não tremia... Ele era muito velho, mas a mão dele não tremia. Então alguém perguntou:

— O senhor é muito idoso e está à beira da morte. O último suspiro logo o levará, mas sua mão não treme.

— Eu nunca tremo — respondeu o Mestre —, pois não existe medo. Meu corpo ficou velho, mas eu ainda sou jovem, e permaneço jovem mesmo quando o meu corpo está morrendo.

Então o Mestre deu uma mordida no bolo e começou a mastigar ruidosamente. E então alguém perguntou:

— Qual é a sua última mensagem, Mestre? O senhor nos deixará em breve. O que gostaria de nos lembrar?

O Mestre sorriu e disse:

— Ah, este bolo está uma delícia!

Este é um homem que vive no aqui e agora. Este bolo está uma delícia. Mesmo a morte é irrelevante. O instante a seguir é destituído de significado. Este momento, este bolo está delicioso.

Se você consegue ficar neste momento, neste exato momento, neste presente, na plenitude, então você só pode amar.

Osho

Onde mora Deus?

Quando Deus criou o mundo, passou a viver nele, no mercado.
Mas sua vida estava se tornando um tormento cada vez maior
porque as pessoas não paravam de trazer-lhe queixas:
a mulher de fulano está doente, o filho de sicrano morreu, beltrano
não consegue arrumar emprego - todo os tipos, todas as espécies
de queixas.
E as pessoas nem ao menos preocupavam-se se era dia ou
noite: vinte e quatro horas por dia, ele ouvia queixas e,
naturalmente, já não aguentava mais.

Finalmente, consultou seus assessores, que disseram:

- Em primeiro lugar, foi um erro criar o mundo. Agora, fuja,
ou essas pessoas vão matá-lo.

Mas Deus disse.
- Fugir para onde?

Alguém sugeriu:
- Vá para o Everest.

Deus retrucou:
- Vocês não conhecem o futuro. Conheço o passado, o presente
e o futuro. Logo um sujeito vai chegar lá. E assim que me vir, o
mesmo problema vai aparecer: por toda a parte haverá ônibus,
estradas, aeroportos, restaurantes, hotéis... porque as pessoas
irão lá para queixar-se de problemas e dificuldades. A mesma
coisa vai recomeçar.

Alguém falou:
- Então é melhor que você vá para a Lua.

Disse Deus:
- Vocês não entendem. Não há um único lugar em todo o mundo,
onde o homem não consiga chegar algum dia.

Um velho assessor, que costumava falar raramente, segredou ao
ouvido de Deus:
- Sei de um lugar aonde o homem nunca chegará: simplesmente
entre dentro dele. Ele vai procurar em toda a parte - mas nunca
dentro de si mesmo.

E Deus respondeu:
- Isso parece ser sensato.

Desde então, Deus mora dentro de você.

Agora, contei-lhe o segredo e o resto depende de você: se quiser
ir encontrá-lo, vá para dentro! Mas não se queixe... De fato, ele
ficará muito feliz em vê-lo, porque em milhares de anos não tem
visto muita gente - só de vez em quando.

E as pessoas que chegam até Ele, conseguem isso ficando
silenciosas, alertas, conscientes. Não se queixam - riem.

Afirmo-lhe que Deus ri junto com elas.

Osho

Alguém precisa de você

Você já se sentiu alguma vez como um zero à esquerda,
ou seja, sem valor algum?
Você pode responder que não,
mas outras tantas pessoas
já tiveram o seu dia de baixa autoestima.
São aqueles dias em que a gente olha ao redor
e não consegue ver nada em que possamos ser úteis.
No entanto, e por essas mesmas razões,
há sempre alguém que precisa de você.

Há pessoas caladas
que precisam de alguém para conversar.

Há pessoas tristes
que precisam de alguém que as conforte.

Há pessoas tímidas
que precisam de alguém
que as ajude vencer a timidez.

Há pessoas sozinhas
que precisam de alguém para conversar.

Há pessoas com medo
que precisam de alguém para lhes dar a mão.

Há pessoas fortes,
mas que precisam de alguém que as faça pensar
na melhor maneira de usar a sua força.

Há pessoas habilidosas
que precisam que alguém as ajude a descobrir
a melhor maneira de usar sua habilidade.

Há pessoas que julgam
não saber fazer nada
e que precisam de alguém que as ajude
a descobrir o quanto podem fazer.

Há pessoas apressadas
que precisam de alguém que lhes mostre
tudo o que não têm tempo para ver.

Há pessoas impulsivas
que precisam de alguém que as ajude
a não magoar os outros.

Há pessoas que se sentem perdidas
e precisam de alguém
que lhes mostre o caminho.

Há pessoas que se julgam
sem importância alguma
e precisam de alguém que as ajude
a descobrir como são valiosas.
E você, que muitas vezes pensa não ter nenhuma utilidade,
pode ser justamente a pessoa
que alguém está precisando agora...
É claro que você não precisa,
nem pode ser a solução para todos os problemas,
mas faça o melhor ao seu alcance.
Se não puder ser uma árvore frondosa no topo da colina,
seja um arbusto no vale
– mas seja o melhor arbusto do vale.
Se não puder ser um arbusto, seja um ramo
– mas seja o ramo mais exuberante
a enfeitar a paisagem.
E se não puder ser um ramo,
seja um pequeno tapete de relva
para dar alegria a algum caminhante...
Se deseja ser um lindo ramalhete de flores perfumadas,
e não consegue,
seja uma singela flor silvestre
– mas seja a mais bela.
E nesse esforço de ser útil a alguém que precisa de você,
irá cada vez se tornando mais forte e mais confiante.
E todos as alegrias que espalhar pelo caminho
serão as mesmas alegrias
que encontrará na própria estrada.
Por mais difícil que esteja a situação,
nunca deixe de lembrar que alguém precisa de você.
E o mais importante: você pode ajudar alguém.

A Terra é uma grande escola,
onde o Criador nos matriculou
para que aprendamos a ser feliz.
A grande maioria das pessoas que habita este planeta
não é completamente feliz.
Somos todos caminheiros da estrada
chamada evolução,
e, num momento ou noutro
pode ser que precisemos de alguém.
Assim sendo, como sempre estamos rodeados de pessoas,
é importante que você
fique alerta, pois ao seu lado pode estar alguém
que precise de você, neste exato momento.
***

Equipe de Redação do Momento Espírita,
com base em texto de autoria desconhecida.

Construa sonhos

Somos uma sementinha plantada por Deus para que a terra floresça e dê frutos. Mas às vezes em tempo de estia é difícil continuar a crescer. E, oprimidos, nos tornamos poços de lamentações, apiedados da nossa sorte. Caímos num buraco sem fundo e ficamos à espera que outros percebam nosso sofrimento e nos estendam a mão.

Porém, é inútil ficar no nosso canto chorando nosso destino e nossa dor. Se não podemos ou não temos força suficiente para mudar uma situação, que a aceitemos para que possamos melhor viver com ela.

Mude sua vida, faça uma vira-volta, ou aceite-a, com paz no coração! É pesado, difícil, conviver com pessoas que se lastimam o tempo todo e não movem um dedo para mudar. E enquanto essas choram e se lamentam, do lado de fora da janela a vida explode sem se importar.

O mundo não para quando decidimos não mais caminhar; o mundo não chora quando choramos e não se alegra com nossa felicidade. Quando nascemos ele já existia e provavelmente quando nos formos, continuará existindo. Somos nós os passantes.

Todos temos em nós a força e a capacidade de mudar alguma coisa. Mas nem todos conseguem dar o passo à frente. Daí o sentimento de pesar, de pequenez, de nada mesmo muitas vezes. Daí a auto-piedade que é o desprezo, a diminuição de si mesmo. E ela não nos conduz a lugar nenhum, a não ser ainda mais fundo no poço ao qual nos atiramos. Ninguém nos exalta porque sente pena de nós e não crescemos diante dos outros por que temos dó de nós mesmos.

Por estranho que pareça, as pessoas podem até chegar aos que se sentem diminuídos e sofridos com o intuito de querer ajudar. Mas com o passar do tempo, se nada parece mudar, elas acabam se afastando. Ter pessoas negativas sempre por perto acaba influenciando a vida, da mesma forma como a alegria contagia. Voltamo-nos então, mais facilmente para aquilo que é bom, que pode melhorar nossa existência. E isso nada tem a ver com egoísmo das pessoas, mas com a busca de uma vida mais alegre e menos dolorosa.

Então, não espere pelos outros para mudar algo na sua vida. Espere por si! Não cobre dos outros, cobre de si. Faça algo de positivo! Se você quer ter sempre pessoas em volta de você, cante e ria mais vezes. As horas gastas em psicólogos podem ser trocadas de vez em quando por uma boa ação, uma visita a um asilo, a um hospital, a alguém que precisa de companhia. Quando a bondade sai dos nossos gestos, a paz entra no nosso corpo. Sentir-se útil é uma excelente maneira de começar a sair do poço. E há tanta gente no mundo precisando que sejamos úteis!

Construa sonhos, dê asas a eles, mas dê também pés. É importante que de vez em quando os pés toquem o chão, que conheçamos a dureza da vida, os nãos que nos decepcionam tanto, o sentimento de desejar, a estranha e deliciosa agonia de não se saber se se vai ou não chegar ao ponto final, mas a determinação de continuar apesar de tudo. Todo mundo passa por isso, ninguém é exceção. Tudo isso é vida, faz parte dela.

Viver é mais que trabalhar, comer, dormir e acordar. Viver é tirar proveito dos momentos que nos são ofertados, é sentir prazer neles, é o suspiro que vem do âmago e que não sabemos explicar. Viver é amar a própria vida do jeito que ela se oferece e se isso não nos satisfaz, ainda é possível colocar um colorido aqui ou lá de vez em quando se colocamos um pouco de boa-vontade.

Os que vivem por viver morrem devagarinho. Os que aproveitam a vida dobram a durabilidade desta, multiplicam os bons momentos e os carregam até a velhice quando, saciados, retornam ao Pai.


Letícia Thompson

O poder das palavras

Observe cada palavra que você usa.
Nossa linguagem é tal, nossas maneiras de falar são tais que, sabendo ou
não, fazemos afirmações absolutas. Nunca faça isso. Hesite mais, use as
expressões talvez e pode ser e permita aos outros a liberdade de decidirem
por si mesmos.

Tente isso uma vez por mês. Você precisará estar muito alerta, porque falar
em termos absolutos é um hábito profundamente enraizado; mas, se você
estiver atento, esse hábito poderá ser abandonado. Então você perceberá que
os argumentos serão abandonados e não haverá necessidade de se defender.

OSHO

Nninguém vive só

Ninguém vive só... mesmo as estrelas do céu brilham juntas. Mesmo as águas do oceano correm em conjunto. Mesmo as lágrimas rolam duas a duas, não raro acompanhadas de sorriso...

Ninguém vive só... mesmo as folhas pequeninas dos arbustos dormem juntas. E os pássaros cortam ares em revoadas.

Ninguém vive só... mesmo as pedras procuram o caminho, porque o caminho não é deserto, mas transitado pelos homens. Mesmo as flores procuram o jardim, porque os jardins são visitados. Mesmo os perfumes procuram as flores, porque a flor perfumada exerce maior atração.

Ninguém vive só... e nessa grande harmonia de conjunto, resta a constante busca de "outro", neste irresistível poema de sociabilidade, nós nos situamos também como gente.

Ninguém vive só... situar-se como gente é abandonar a idéia do EU, a atitude do egoísmo para aderir ao NÓS. Eu , você, todos nós: Abertos, confiantes, construtivos, comunitários e sociais!

Roque Schneider, Parada para Pensar, Ed. Paulinas, 1974

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A glória do universo está dentro de você...

Nascemos para manifestar
a glória do Universo que está dentro de nós.

Não está apenas em um de nós: está em todos nós.

E conforme deixamos nossa própria luz brilhar,
inconscientemente damos às outras pessoas
permissão para fazer o mesmo.

E conforme nos libertamos do nosso medo,
nossa presença, automaticamente, libera os outros.

Nelson Mandela

Albert Einstein sobre o ser humano...

"O Ser Humano é parte de um todo chamado por nós de 'universo', uma parte limitada no tempo e no espaço.
Ele experiencia a si mesmo, seus pensamentos e sentimentos, como alguma coisa separada do resto - uma espécie de ilusão de ótica de sua consciência.
Essa ilusão é uma forma de prisão para nós, restringindo-nos a nossos desejos pessoais e à afeição por umas poucas pessoas próximas.
Nossa tarefa deve ser a de nos libertar dessa prisão alargando nossos círculos de compaixão para envolver todas as criaturas vivas e o todo da natureza em sua beleza."

O Falso Eu - Elisabeth Cavalcante

Todos os seres humanos nascem num estado de unidade. Mas, na medida em que a criança cresce, o ego se fortalece e passa a predominar sobre sua verdadeira natureza, o ser divino que encarnou em um corpo físico.

A partir daí começam a coexistir dentro deste ser dois eus: o falso e o verdadeiro. O falso tem sua utilidade para que ele possa exercer um papel no mundo material. Uma personalidade exterior se faz necessária para que possamos realizar as tarefas inerentes à nossa missão cármica.

A dualidade que é inerente a este mundo, e se manifesta em opostos como o bem e o mal, a luz e a escuridão, o prazer e a dor, está também interiorizada em nós. Cada ser encarnado tem desafios a serem enfrentados em seu caminho evolutivo, porém, o potencial supremo, a realização total está ali, presente o tempo todo.

O problema é que o ego, ou o falso eu, que se manifesta através da mente e de suas diferentes expressões como os pensamentos, as emoções e as sensações, se torna de tal forma predominante, que esquecemos totalmente de nosso eu verdadeiro.

Passamos então a acreditar plenamente que aquela máscara que utilizamos no dia-a-dia, para encarar as batalhas do mundo exterior, constitui nosso verdadeiro eu. O primeiro passo no caminho da autotransformação é ir para dentro, refugiar-se no mundo interior por alguns minutos diariamente, pois este exercício nos tornará cada vez mais conscientes de nosso verdadeiro eu.

Somente esta consciência nos permitirá perceber quando o falso eu está atuando e como ele vem nos dominando ao longo de toda a vida. Quanto mais identificados com a mente permanecermos, mais acreditaremos que somos o falso eu que ela nos impõe através do orgulho, da vaidade, do desejo de poder.

A mente é uma ferramenta muito útil quando colocada a serviço de nosso eu divino. Mas é extremamente danosa quando serve apenas ao falso eu, pois impede-nos de acessar toda a riqueza que existe em nosso interior.

Silenciar a mente e seu turbilhão de pensamentos e desejos é a única forma de nos tornarmos os agentes de nossas vidas, e nos libertarmos da escravidão que a mente nos impõe. E para silenciá-la só há um caminho: aquietar-se e observar.

Ao observar a mente, sem qualquer julgamento, simplesmente percebendo os inúmeros pensamentos que passam por ela a cada segundo, vamos tendo clareza das falsas crenças que habitam nosso interior e podemos, deste modo, descobrir onde se originam nossos medos e angústias e toda a negatividade que nos impede de enxergar a luz e a felicidade que se esconde em nós.

“Expresse-se. A existência é a expressão de Deus - é disso que consiste a criatividade. Expresse-se, e não condene coisa alguma. Não há nada de errado com você; tudo o que é, é belo. Algo pode precisar de transformação, mas não está errado. Ele não tem que ser abandonado, ele tem que ser transformado. E a transformação acontece através da disciplina; a disciplina vem através da meditação. Fique mais alerta, observador. Mas não carregue conclusões, conclusões prévias.

... Como você poderá observar se você já tiver concluído?
... Um meditador tem que estar absolutamente sem preconceitos, sem nenhuma conclusão. Ele tem que ser um mero observador científico. Ele simplesmente observa, anota o que quer que aconteça na sua mente. Observa, não deixa nada passar despercebido, isso é tudo. Toda a beleza da observação é que tudo que for sem sentido começa a desaparecer por conta própria e tudo o que tiver sentido começa a crescer.

Suas energias começam a se juntar em torno do significativo e começam a abandonar o não significativo. Então nasce uma certa disciplina, que não é imposta por ninguém a partir do exterior... então o que for legítimo acontecerá silenciosamente, exatamente como sua sombra. Ele não faz barulho e não lhe dá qualquer ego. Quando você se torna mais consciente, todo o ego desaparece. Você se torna mais e mais humilde, mais e mais simples, mais e mais comum. E isso é divino, essa simplicidade é sagrada. Mas a disciplina tem que nascer em você. Eu posso comungar com você a minha compreensão, eu posso compartilhar com você a minha experiência, isso é tudo; em seguida cabe a você decidir o que fazer e o que não fazer”.
Osho - Tao, o Portal Dourado.